29 outubro 2017

VEGETARIANISMO/ VEGANISMO X ELITISMO


Olá!
Hoje eu vou abordar um assunto que além do "e as proteínas?" é sempre questionado no meio do movimento e principalmente fora. Atualmente os veículos de comunicação estão dando mais espaço e incentivando a vida sem o consumo de carne animal e derivados. Ok que incrível, mas como a população de baixa renda que trabalha, estuda, dorme 5 horas por dia iria aguentar sem carne? Esses questionamentos levam à crer que ser vegetariano e principalmente vegano é coisa pra quem tem tempo, dinheiro e disposição. 

(Deixando claro que o que está escrito aqui é a minha opinião e como eu exergo isso tudo, paz!)

Voltando no tempo na época da escravatura, a carne era exclusiva dos senhores que tinham dinheiro (por isso há a história da feijoada criada por escravos com restos da casa grande, mas há várias versões e ninguém sabe ao certo se isso é verdade), comer carne era status social. O tempo foi passando e isso não mudou, fortalecendo ainda mais a ideia de quanto mais carne no prato, mais dinheiro a pessoa tem.
Como isso está infundado na cabeça das pessoas, o cidadão de classe baixa lutou ainda mais pra colocar carne no prato da sua família.  Acredito eu que com a ascensão da carne no publico de classe baixa, as pessoas de classe alta estão tentando se diferenciar ao não consumindo tanta carne. Tanto que hoje você fazer uma festa de casamento por exemplo com churrasco é "coisa de pobre".
Outro fator também é a representação que 80%  do digital influencer vegano é branco e de classe média e alta (pelo menos os que eu tenho conhecimento) com suas comidas lindas no feed do Instagram. Eu hoje depois de quase 4 anos consumindo esse tipo de conteúdo consigo diferenciar "receita de pobre e de rico". 
Eu Carolyne acredito que o movimento muitas vezes é divulgado de forma inadequada como:
- Dar ênfase ao consumo de linguiça, salsicha, produtos industrializados que são caros;
- A gourmetização dos alimentos, mostrando de forma que a pessoa de classe baixa já pense que não é pra ela; 
- Não dando ênfase a como se alimentar em lugares do cotidiano como shopping, almoços em família e até mesmo em churrasco;
É bem óbvio que comprar legumes é bem mais barato que carne. Mas as pessoas estão tão presas ao ponto de precisa de carne pra viver que não se atenta a esse detalhe e também por essa representatividade "errada".
Outra coisa importante é que ser vegetariano/vegano não está associado a ser saudável e consumir produtos orgânicos. Muito se falam desses produtos mais saudáveis e que sim as vezes são 3x mais caro que o convencional. Com essa associação as pessoas tendem a firmar ainda mais que ser vegetariano/ vegano é caro. 
O movimento é lindo e cheio de amor, mas precisa ser mostrado mais como se aplica isso na vida de uma pessoa que faz trabalho pesado, que trabalha e estuda, etc. Eu hoje sei que alimentação sem carne ao contrário do que as pessoas pensam da mais energia, mas descobri com o tempo e lendo muito. Ok, existem inúmeros atletas que são veganos mas não representam um grande número de pessoas. 

Eu consumo esses produtos sempre? Não! Minha alimentação em casa é baseada em grãos, legumes, frutas e etc. Esses produtos como linguiça vegana é muito esporádico. Frequento feiras veganas que é bem mais barato que restaurante vegano (mas existe restaurantes self- service em SP barato também) e tento fazer leite vegano em casa porque industrializado é caro e só acha em mercados grandes. Entrando nesse ponto, que esses produtos não se encontram em qualquer mercado. Eu por exemplo que moro no extremo leste de SP não acho NADA vegano (a não ser gãos, frutas e legumes haha).

Resumindo: na prática o vegetarianismo/ veganismo não é privilégio e pode ser aderido por qualquer pessoa porque é sim mais barato. Pensa o quanto economizaria se não fizer a compra de carne do mês? Infelizmente ele na maioria das vezes é mostrado para quem tem tempo, acesso à produtos e lugares caros. 

Nós que tivemos o despertar de não consumir carne devemos acolher essas pessoas, mostrando que é possível. 

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